Que Tal um pouquinho de conhecimento popular?!
Algumas palavras ou expressões caipiras se tornaram bem conhecidas depois de aparecerem em livros, músicas, festas populares, novelas e filmes. Embora alguns termos tenham se originado de outros países e também de populações indígenas brasileiras, é com as pessoas do interior dos estados – principalmente na Região Nordeste – que elas ganham uma pronúncia diferente e um significado peculiar. Muitas já foram incorporadas aos dicionários de Língua Portuguesa. Confira algumas e saiba o que elas significam.
Acabar no caritó – Ficar solteirona, ficar para titia. A palavra caritó pode ter dois sentidos. Pode ser uma dependência pequena, escura e suja – semelhante a um depósito – ou pode significar um engradado de vime onde se colocam caranguejos vivos.
Biboca – Casa pobre, escondida, pequena e de palha, mas também pode significar algum tipo de venda, comércio. A palavra se origina do tupi. “Ibi” quer dizer terra e “boka” é fender-se.
Boca de siri – Ficar calado, fazer silêncio ou guardar segredo.
Chamego – Pode ser agrado, sedução, flerte, paixão e namoro, mas também significa algazarra, barulho. Essa palavra aparece bastante em canções caipiras e modas de viola.
Chorar o defunto – É o mesmo que ficar no velório, lamentar pela pessoa que faleceu. Esse termo é bastante comum no interior brasileiro, geralmente é uma cerimônia feita por senhoras com algum laço de parentesco com quem faleceu, que se juntam para rezar e fazer pequenos discursos para emocionar a família.
Dar cabo a machado – Significa inventar problema sem ter necessidade, ter algum tipo de aborrecimento à toa, sem causa aparente.
Emendar os bigodes – É conversar sem ter hora para terminar. Quando se diz que fulano emendou o bigode com alguém, significa que ele conversou sem parar, sem se preocupar com o tempo.
Fazer renda – Esperar, tomar chá de cadeira ou ficar sentado o tempo todo em um baile ou festa sem ser tirado por alguém para dançar.
Fuxicar – Costurar ou remendar roupas velhas. A palavra também pode ser empregada no sentido de fofoca ou fuxico.
Na chincha – Acertar na mosca, dar uma resposta exata, rápida e imediata. Conversar com alguém e dizer diretamente o que quer, sem rodeios.
Pichilinga – É usada para designar qualquer coisa que seja bem pequena, minúscula. Na literatura de cordel essa palavra aparece para se referir a algum tipo de doença de pele não identificada.
Pinguço – Essa palavra é conhecida em grande parte do país por se referir à pessoa bêbada. Ela se originou no interior de Minas Gerais como sinônimo de alcoólatra.
Riscar da faca – A expressão se refere ao ato de puxar a faca rapidamente. Ela também aparece como “risca faca” em músicas caipiras para indicar situações de confusão.
Salgar o galo – Costuma-se usar essa expressão para falar da primeira bebida alcoólica tomada no dia. É o mesmo que tomar a abrideira, matar o bicho.
Troncho – Mau elemento, bandido, bobo, mas também pode designar pessoa ou outro ser vivo com algum membro cortado ou algo torto, curvado para algum lado.
Fontes: Novo Dicionário Aurélio, de Holanda Ferreira; Assim Falava Lampião.
Para descontrair! rsrs
Interessante não é mesmo?!! Confesso que já ouvi algumas e falei também, principalmente “boca de siri”. rsrs
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Eita caipirada da peste!
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A versão masculina que conheço para “chorar o defunto” é “beber o defunto” com “água que passarinho não bebe”.
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Eita, nunca ouvi nada disso. Adorei! Cultura é sempre bom
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Muito bom!! 😉
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Meu avô falava muito chorar o defunto, agora sei o verdadeiro sentido. kkkk
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kkk Que bacana. Eu já ouvi algumas também!! Troncho é bem popular por aqui.
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😉
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Adorei o post! Nosso país é riquíssimo em linguagens! 😘
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É verdade! BJs 😉
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